terça-feira, 13 de outubro de 2009

Prontos ou não?

Enquanto o sol forte irradiava as 13:55 min. de uma sexta-feira, um Brasil coberto de cinco cores olímpicas, uma população vestida por roupas diferentes pulava junto aos gritos de orgulhos escancarados que ilustravam todo o rosto, junto à corações que batiam fortes ao lerem um nome, pulava em um areia quente e talvez até aquele momento; branca. E também, de um outro lado do mundo, "aqueles" que lá puderam estar, choravam com ar de uma humildade encoberta por uma podre corrupção. E a gente percebe o quão é contraditório todo esse estado em que vivemos.
O país denominado Brasil acabara de ganhar a disputa pela sede dos jogos olímpicos, o mesmo Brasil revestido da mais triste pobreza e violência. Estimativas apontam para um gasto de não milhões, mas de aproximadamente 25,9 bilhões de reais. E então no momento coerente você pára e vê o que não queria; como pode um país onde pessoas morrem de fome todos os dias, onde crianças são expostas às mais cruéis atrocidades, que tenham pessoas honestas e boas perambulando pelas ruas sem saber quando podem vir a comer ou até mesmo a acordar, que casas sejam de pau a pique, madeira e óleo, sacos plásticos e telhas quebradas, quando as têm, e amontoadas ao pé, meio e topo de morros cercados por uma violência inadmíssivel, que existam crianças que trabalham em trânsito, ou são escravas de seus próprios corpos, meninos que pegam em armas aos oito, nove anos para comprar um pão a tarde, ou um agrado pra mãe, e homens que os usam, homens infelizes, que vêem nas armas, nas drogas um jeito certo de um lado errado de ganhar a vida, um país que tem pessoas analfabetas, famintas, sem saúde, ser sede de um evento com um porte tão grande? Com exatos 25,9 bilhões o continente africano deixaria sua situação de calamidade, e pessoas passriam a comer e serem mais saudáveis.Toda essa quantia serviria de casas para aqueles que mendigam pelas ruas, de comida para as crianças que morrem idealizando um céu com pão, ou arroz e feijão, de educação para menores, jovens, maiores e idosos, de hospitais com competência e tecnologia para salvar vidas, sejam elas ricas ou não, serviria de democracia, de vida com paz, sem tiroteios e balas perdidas. Mas não, o país tapa os olhos mais uma vez e não enxerga absolutamente nada.
Não estou abolindo idéia alguma, nem reprimindo opiniões, mas sim mostrando as minhas, e uma incompreensão por tal situação. O Brasil ganhará reconhecimento? Não há maior, e pior, reconhecimento que ser visto como um país onde pessoas ainda morrem de fome. Méritos? Quais serão esses? Uma cidade mais bonita e equipada em relação ao esporte? E pra quê, se todos os planos colocados em prática no Pan 2007 hoje estão morrendo junto ao gramado que sobe, junto ao abandono? E pra quem? Se aqueles que realmente precisam de uma vida esportiva não têm nenhum acesso por serem "inferiores"? e são? E por quê? Para sediarmos vários jogos? Mesmo sabendo que o ingresso dos mesmos custarão um salário mínimo?
O melhor agora é repensarmos onde está chegando esse país que sonha tanto, que corre tanto para um lugar chamado 'desenvolvido', mas que continua parado no tempo, na diferença social.
E então, o que nos diferencia dos outros?


Por mim


♪ "por mim sofreu a dor de um simples humano.E por amor tomou meus pecados e me fez digno de ter salvação.♪