sábado, 18 de abril de 2009

Uma impugnável palavra

Há momentos onde querendo ou não, temos que aprender a dizer um ‘até logo’, ‘a gente se vê’, ‘vou sentir saudades suas’, ou até mesmo ‘Adeus’...E só a própria pessoa que se submete a isso, sabe o quanto dói. Por mais que não pareça, sou movimento muitas vezes pelos sentimos e emoçoes, apego-me facilmente às pessoas as quais gosto de estar junta, agarrando-as pelo coração, e não as deixando longe de mim. E quando deve haver as frases acima, não sabe o quão sofro e sinto falta...é como se uma parte de mim estivesse indo embora, despedindo-se de meu ser. Mas eu sei, que em algum momento isso vai acontecer, assim como os filhos em um momento deverão deixar seus pais, os amigos viajarão, irão para outras escolas, outros lugares, conhecerão pessoas novas, seus familiares você querendo ou não (geralmente não), irão morrer, pois ninguém viverá eternamente pra não deixa-lo entristecer. Ou seja, a gente nasce, cria um amor demasiado pelos nossos pais, irmãos e amigos, e então, eles nos deixam, ou nós os deixamos... Os protegemos, para que nada os tire de nós, fazemos coisas inadmissíveis pelo nosso próprio egoísmo...uma doença, um egoísmo de ter Ela ou Ele ao nosso lado...! Nós transformamo-nos em leoas defendendo seus filhotes, por que quem amamos são os nossos únicos motivos de sobrevivermos a esse mundo...mas e se eles forem embora? E se tivermos que ir embora? Como sobreviveríamos depois de fazermos tudo pra estarmos ao lado deles? É isso o que acontece...e eu concordo e entendo o sofrimento de nossos pais, ao deixarmos, ao irmos morar em outro lugar, quando casamos, ou até mesmo, namoramos...eles nos protegem tanto e quando decidimos outro rumo, eles ficam sem chão. Vejo-me daqui alguns anos, ao deparar-me com minha filha dizendo que irá morar em outro lugar, e deixar-me. Vejo-me hoje, ao olhar aos meus amigos e vê-los uns tão longe, dizendo que nos encontraremos lá na frente, fato que não acontecerá. Deparo-me com aqueles que hoje eu tenho em meus braços, mas que sei que chegará um momento que eles irão embora e de repente, nunca mais voltarão para ver o quão mudei, ou quem sou agora. Amigos esses, que mudarão de país, de vida, e infelizmente, de amigos. Os mesmos aos quais, assistimos chorar, chorando junto a eles, brincamos, estudamos, compartilhamos ‘fofocas’, brigamos, dançamos, fizemos momentos que ficarão para sempre. O que eu preciso falar, é que na verdade, eu sei que não posso apegar-me tanto, pois sei que no final, a pessoa não é minha, e não ficará para sempre comigo. Eu sei que posso perdê-los para um céu imenso, e tenho medo disso...eu sei que posso perdê-los para o Tempo, para uma vida, e também amedronto-me diante disso. Mas eles vão, eles deixam-nos, e reconstrói, e eu fico aqui, ou ali, pensando em como seria o meu anoitecer ao lado de meus pais, ou meu amanhecer ao lado dos meus amigos...pensando que um dia a mais com eles, seria incrivelmente e incalculavelmente inesquecível.


Por mim *--*

sábado, 11 de abril de 2009

Nosso Esposo

Hoje é sábado de aleluia, o dia mais esperado pelos católicos, o dia mais exaltado, o centro, o núcleo, de uma fé cristã. Hoje é dia de tirarmos de nosso peito a tristeza de ontem, o sofrimento de ontem.
Em toda essa semana que iníciou-se no domingo de Ramos, estou vivendo momentos grandiosos. Afirmo com uma certeza vinda do Alto, que nunca passara em minha existência, semana-santa mais bela e emocionante como a que estou passando. A alegria de receber de volta o Salvador no meio do povo, em um burrinho, e sendo aplaudido e esperado por todos, fez reviver em mim, um amor. Na quinta-feira, porém, o mundo pára, Ele senta-se ao chão, e lava os pés de discípulos, mas homens pecadores. O filho de Deus purifica-os com o seu imenso amor. E nós; entramos em silêncio...o sangue vindo do suor Dele em sua dor, do horto, nos faz parar. Nosso coração chora. As luzes apagam-se, tudo acaba. Tiraram-nos o nosso belo Esposo, o Esposo foi retirado, foi morto. A nação silência. A sexta-feira chega, o dia onde percebemos que é diferente, que não é uma sexta qualquer, mas o dia onde o Filho de Deus morre puro, sem pecados, que vai até a cruz, levando consigo, não os nossos corações apenas, mas os nossos pecados. É brutalmente violentado em frente a uma população que gritava e aclamava a morte do Salvador, as mesmas pessoas que O aplaudiam no Domingo de Ramos. E o Rei, o Homem que ponderou milagres, que só fez o bem, é elevado e julgado como um ladrão, mas não sabiam os "doutores" que Ele não tinha um pecado em sua alma e em seu coração. Seu rosto é transfigurado, Ele tem sede, Ele tem parada respiratória, fica desidratado,tem câimbras em todos os músculos...as mais doloridas câimbras humandas...E mesmo assim,nos deixa suas sete palavras finais, as mesmas que nos trazem a certeza que fomos perdoados, e que Ele nos ama. Queria poder ser o ladrão que Ele levou no mesmo dia para o paraíso, queria poder contemplar a face de um Homem justo, que morria INJUSTAMENTE. Queria poder estar ao lado Dele, e tirá-Lo dali. Foi o que eu senti ontem a tarde...uma dor sem tamanho, um coração negro, dominado por um luto causado pela humanidade. Eu sentia-O no sepulcro. As luzes do meu ser, apagaram-se, e apenas as lágrimas falaram por mim. Eu não tinha mais o que falar, pra onde correr, nem como gritar...eu não podia gritar, pois Cristo em momento algum gritou... Eu tinha que seguir com minha cruz, levando-a, com os meus membros chorando de dor, de desalento, de desespero, pois haviam tirado-O de mim...o meu ser neste momento; morrera com Ele, até o beijo da cruz.
Mas ao pôr do so, deste sábado brilhante e belo, o Homem revive, e as luzes são acesas...a Igreja entra em uma felicidade sem tamanho, pois o Mestre voltou a nós...é páscoa. E eu, em êxtase, posso falar; Foram os melhores momentos de minha vida...sim, momentos de dor, e momentos de uma esperança, de uma segurança, de uma vida NOVA, que reviveu, ressurgiu.



Feliz páscoa à todos.
Por mim ♥